A
agricultura familiar também produz arte no 19º Salão do Artesanato da
Paraíba, realizado no bairro do Cabo Branco em João Pessoa. Os
produtores paraibanos do campo estão expondo os trabalhos de artesões
que vivem no meio rural e dividem seu tempo entre o fazer artístico e a
agricultura. O evento é uma promoção do Governo do Estado, por meio do
Programa de Artesanato da Paraíba, que é vinculado à Secretaria de
Estado do Turismo e do Desenvolvimento Econômico, sob a coordenação
geral da primeira-dama do Estado, Pâmela Bório.
A
cooperativa “As Cabritas”, do município de Boa Vista, é uma das que
participa do Salão desde a primeira edição, trazendo bolsas e carteiras
confeccionadas com a mistura entre o tear e o tecido chita. “Atualmente
nossa cooperativa conta com quinze associadas, todas são agricultoras e
vivem de artesanato produzido no campo”, conta Conceição Emiliano, uma
das agricultoras cooperadas.
O
artesanato rural possui principalmente caráter utilitário, e as peças
reproduzidas estão relacionadas a objetos usados no dia-dia das casas.
“Nós fazemos as panelas, pequenos fogões e jarros usando a técnica que
aprendemos para fazer as peças para as nossas próprias casas”, conta
Maria José, do município de Serra Branca. Junto com as filhas, ela usa a
cerâmica para fazer arte no campo e já expôs seus produtos em outras
edições do Salão, além de eventos nacionais a exemplo da Feira Nacional
da Agricultura Familiar (Fenafra).
De
acordo com o secretário de desenvolvimento da Agropecuária e Pesca,
Marenilson Batista, o campo é a fonte onde se extrai a grande grande
parte das matérias-primas para a feitura das peças de artesanato. “Em
muitos casos, é no próprio meio rural que a produção se realiza. O
Governo tem apoiado essa atividade no campo a partir de diversas
políticas públicas, é o caso por exemplo da produção de flores da
associação de Flores Vila Real, na zona rural de Areia, financiada pelos
Arranjos Produtivos Locais (APL’s), e da renda Renascença de São João
do Tigre pelo Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e
Curimataú (Procase)”, comentou.
Também
estão presentes no Salão, os produtos de comunidades quilombolas, caso
da comunidade Cruz de Menina, do município de Dona Inês, que trouxe a
João Pessoa as peças moldadas na argila, pela cooperativa Negraargila.
Os indígenas da Baía da Traição e representantes de assentamentos da
reforma agrária de Pitimbu também apresentam suas peças baseadas em
fibras do coco, da bananeira e do sisal.
19º SALÃO DE ARTESANATO
Considerado
um dos maiores eventos de artesanato do país, o 19º Salão de Artesanato
da Paraíba apresenta o tema “Nossa Arte tem Fibra” e destaca trabalhos
produzidos em 130 municípios. Com habilidade e inovação, os artesãos
apresentam, além das peças em fibra, diversos objetos em madeira,
algodão colorido, cerâmica, couro, tecelagem, brinquedo, pedra, metal,
osso, cordel, xilogravura e habilidades manuais.
O Salão funciona diariamente das 15h às 22h, até o dia 26 de janeiro, com visitação gratuita.
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