9 de maio de 2013

Planalto rejeita ajustes 'fratricidas' à nova lei do ICMS


Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais

  1. Um dia depois da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovar ajustes ao projeto que estabelece novas alíquotas para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações interestaduais, a coordenadora política do governo, ministra Ideli Salvatti (PT), criticou o texto costurado pelos parlamentares e disse que os debates, em vez de buscar o fim da guerra fiscal, se transformaram em uma “questão fratricida”. Nos bastidores, o Palácio do Planalto avalia se vai continuar mantendo o apoio ao reajuste das alíquotas do ICMS.
  2. Atualmente, nas operações interestaduais, em geral os estados cobram 12% de ICMS nas transações, recolhidos na origem. As regiões Sul e Sudeste, com exceção do Espírito Santo, cobram 7%. Originalmente, o governo trabalhava para unificar a alíquota em todos os entes da federação, alterando as cifras para que se chegasse, gradativamente, a 4% até 2025.
  3. Conforme texto aprovado pela CAE, porém, os produtos que saem das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e do Espírito Santo em direção ao Sul e a outros estados do Sudeste serão taxados em 7%. Para as demais operações, a alíquota será de 4%. Pela versão sacramentada na CAE, as novas alíquotas serão adotadas a partir de janeiro de 2018.  “Se a gente trabalha na unificação de alíquota para acabar com a guerra fiscal, e o resultado não vai nessa direção, acaba sendo inútil a mudança”, disse nesta quarta a ministra Ideli.
  4. Após as mudanças promovidas pela CAE, a articuladora do governo junto ao Congresso relembrou que a ideia original era aprovar alíquota única do imposto. Segundo ela, contudo, a discussão tornou-se uma questão fratricida, a exemplo de outras que envolvem interesses estaduais.
  5. Para compensar as perdas que estados teriam com as mudanças no ICMS, uma medida provisória, a MP 599, criaria um fundo de compensação com teto de 8 bilhões de reais por ano aos estados. Sem a aprovação da MP que viabiliza a criação do fundo para repor as perdas, a reforma do ICMS cai por terra. “A resolução, sem a criação dos fundos, não tem eficácia. Só se pode mexer nas alíquotas se você tiver os fundos de compensação”, afirmou a ministra.


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