9 de julho de 2013

Cineasta Jacinto Moreno Lança mais Um Filme

Ontem foi o dia de lançamento de mais um filme de Jacinto Moreno, no Sebo Cultural. Fui logo cedo, de dia, pra não pegar a noite porque tenho trauma noturno. Quando deu as seis badaladas da hora do Ângelo, estava na livraria Sebo Cultural que o poeta cantou no cordel “A catedral do saber”. Esse poeta sou eu mesmo, em crise bajulatória pra ver se arrumava prestígio com o dono da livraria, meu compadre Heriberto Coelho.
Mas vamos ao lançamento propriamente dito. Multidão incalculável deixou de comparecer ao evento cultural, por pura ignorância e falta de respeito com esse realizador, carinhosamente conhecido por Zero Oitocentos, isso porque seus filmes são feitos com custos zero. Todo mundo trabalha de graça nos filmes de Jacinto. O elenco do filme estava lá, incluindo Marcos Veloso, assistente de direção. Como Jacinto é muito centralizador, Marcos realmente só ficou assistindo ele filmar todas as cenas do filme que trata de um velho andarilho.
Nenhum cinemista produziu tantos filmes como Jacinto na terra tabajarina. Já tem mais de 10 curtas na sua curta carreira de diretor, ator, roteirista, cinegrafista, editor, compositor e divulgador de suas obras em vídeo. Neste vasto mundo de videastas que é a Paraíba do Norte, ele se consagra pela quantidade. Isso sem ajuda de ninguém, que órgãos públicos de cultura aqui só investem nas grandes figuras. Cabra assim feito Jacinto, humilde, eles não só não ajudam como fazem todo o possível para arruinar o freguês. A Fundação de Cultura de João Pessoa agendou lançamento do filme e, de última hora, fechou as portas na cara do nosso Moreno, coisa que não se faz. Jacinto, entretanto, é uma alma tranquila e a tudo perdoa.
Sobre o filme “Caminhante”, aqueles que acusam Jacinto de fazer um trabalho medíocre esquecem-se, comodamente, não apenas que a linguagem do cinema, como toda obra de arte, tem muitas leituras, e também esquecem que ali, naquele trabalho feito por tantas pessoas de boa vontade, tem a qualidade especial de algo construído com o sentimento coletivo de vivo entusiasmo, onde só aparentemente perde qualidade técnica e conceitual. Aprendi minha lição: antes de me juntar aos críticos dos filmes de Jacinto, preciso antes pegar uma câmera e, com alguma ideia na cabeça, montar algum filme nas mesmas condições em que ele o faz. 

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